sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A IMPORTÂNCIA DA FRAGMENTAÇÃO DO ESPAÇO NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Trabalhar a educação ambiental a partir da fragmentação do espaço representa a delimitação geográfica de abrangência das ações socioambientais e, por conseguinte, a associação de forças em detrimento das ações isoladas. Entretanto, torna-se imprescindível conhecer, pesquisar e entender a dinâmica exposta pela relação entre o sujeito e o seu meio ambiente, evidenciando o conjunto das potencialidades e fragilidades de determinada região. Esta perspectiva, sob o enfoque na educação ambiental, sugere a adoção de políticas públicas voltadas para o uso racional dos recursos naturais existentes, bem como a adoção de medidas que visem suprir as demandas, segundo as prioridades determinadas pelos filtros da vulnerabilidade socioambiental e da exequibilidade na comunidade onde as ações serão desencadeadas.

Os conceitos têm que ganhar o campo prático de maneira interligada e lógica. Nesse sentido, o homem estará, de fato, minimizando os impactos ambientais negativos e, por conseguinte, possibilitando uma maior sobrevida do planeta. As consequências decorrentes do aquecimento global e, sobretudo, as suas causas são matérias importantes e merecem a atenção de toda a humanidade, principalmente do mundo acadêmico. A mídia vem cumprindo bem o seu papel ao difundir intensamente os impactos negativos da atividade antrópica no meio ambiente em escala nacional e mundial: a ameaça de extinção do urso polar, a elevação do nível do mar com o derretimento da calota polar, o desmatamento na Amazônia, no cerrado e na remanescência de mata atlântica, comprometendo o equilíbrio dos ecossistemas dos diversos biomas. Além da mídia, os estabelecimentos de ensino em diversos níveis abordam, em seus conteúdos programáticos, os aspectos conceituais entorno das ciências naturais e humanas e suas implicações no meio ambiente. No entanto, tudo isso parece irreal diante dos problemas sociais e ambientais das comunidades locais, os quais, por sua vez, aos olhos do mundo, também parecem irreais. Esta contraposição hipotética demonstra o antagonismo entre os discursos e a efetividade de ações que deveriam ser compartilhadas pela participação popular de forma sistematizada e continuada. Assim, a falta de convergência entre o discurso global e a realidade local enfraquece, sobremaneira, qualquer necessária tentativa de mobilização social voltada à resolução de conflito de ordem socioambiental, bem como a formação da rede social local.

Segundo Sachs, 1972, o ECODESENVOLVIMENTO seria um “estilo de desenvolvimento” cujo espaço geográfico, definido como “ecoregião”, representa a delimitação para obtenção dos dados ecológicos e a compreensão da cultura de uma comunidade, o que viabilizaria a busca específica das soluções relativas aos problemas socioambientais. A realidade local seria uma forma minuciosa de se delinear as “necessidades imediatas como também aquelas em longo prazo.”

A fragmentação do espaço se revela como fator delimitador de atuação de um trabalho de educação e de prevenção ambiental. Nesse caso, destaca-se a realidade socioambiental na zona rural e zona urbana, por exemplo. Duas realidades completamente distintas, não somente no aspecto físico-geográfico, mas também no que tange aos valores culturais, conflitos sociais, ambientais e, sobretudo, os diferentes papéis em relação ao envolvimento dessas comunidades no que se refere à preservação e conservação do meio ambiente onde estão inseridas. Portanto, a Educação Ambiental só atingirá os seus objetivos quando o homem entender que o macro problema poderá ser minimizado se os pequenos problemas tornarem-se as razões dos “grandes” projetos educacionais, respeitando as diversidades culturais, econômicas, políticas e sociais das comunidades locais.

Até a próxima!

6 comentários:

  1. Parabéns pelo ótimo texto e pela clareza e objetividade com que foi feito!

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  2. Ótimo texto. Sintetiza muito bem a necessidade de focarmos, no processo de Educação Ambiental, as realidades locais visando a promoção da Ação Ambiental.

    Trevisani

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  3. É isso aí! Conhecer as potencialidades e fragilidades das realidades distintas, estabelecendo prioridades no âmbito local. O artigo sugere iniciativa´, partindo da educação para a adoção de políticas públicas inteligentes, levando em conta a qualidade do meio ambiente.

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  4. A postagem anterior nos remete a uma boa reflexão. Para partirmos para a AÇÃO AMBIENTAL via Educação Ambiental é de suma relevância conhecermos o ambiente onde o público-alvo está inserido. E mais, o processo pedagógico utilizado no projeto permite que as próprias crianças nos devolvam o seu conhecimento acerca das vulnerabilidades sócio-ambientais locais, fazendo com que o processo cresça através da participação de todos.

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  5. É isso aí! As ações devem respeitar toda uma sistematização que permita a continuidade dos trabalhos dentro de uma ealidade socioambiental.

    Obrigado!

    Francisco Neto

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