Vulnerabilidade Socioambiental e Exequibilidade na Educação Ambiental

“A Educação Ambiental está diretamente ligada a nossa forma de vida como um todo: desde o que comemos, como moramos, o que vestimos até o que consumimos. Nossa postura frente ao cotidiano, nossas maneiras e até mesmo o nosso trabalho estão diretamente ligadas à Educação Ambiental.”

Garrett Hardin (ecologista americano)

Partindo desta premissa é impossível separar a variável social da ambiental, uma vez que o público-alvo de um projeto de educação ambiental está inserido em um determinado ambiente que está intimamente relacionado com o aspecto social – um é efeito e ao mesmo tempo causa do outro. Desta forma, ao se falar em Educação Ambiental, os princípios da vulnerabilidade socioambiental e da exequibilidade devem ser considerados como critérios primordiais, quando há o objetivo de adoção de comportamentos por uma comunidade, após delimitação geográfica da abrangência das ações socioambientais, que visem contribuir para a sustentabilidade e a qualidade de vida.

O primeiro passo para concepção de um projeto de educação ambiental é conhecer, estudar e entender o cenário situacional da comunidade a ser atendida, ou seja, suas vulnerabilidades socioambientais. Tal variável pode ser mensurada através dos seguintes aspectos: qualidade de vida; saneamento básico; destinação de lixo; quantidade de indústrias nas proximidades ou dentro da comunidade; destinação dos resíduos industriais; edificações em áreas de risco; consumo de água tratada; intervenção e conservação em áreas de preservação permanente; assistência à saúde; renda familiar; nível de conhecimento dos direitos difusos e nível de escolaridade. Assim, para efeito do Projeto Político Pedagógico de Educação Ambiental que concebemos e executamos no município de Barbacena procuramos dirigir nossos esforços àquelas escolas (rural e urbana) que apresentaram os maiores índices de vulnerabilidade sócio-ambiental.

Antes de mediar os objetivos a serem alcançados pela comunidade, é necessário sensibilizá-la acerca dos seus problemas ambientais. Isso implicará em adoção de medidas didáticas e metodológicas diferenciadas, capazes de conduzir esta comunidade ao conhecimento e reconhecimento do cenário ambiental onde está inserida e como poderão minimizar os problemas ambientais de forma exequível.

A exequibilidade deve ser entendida como fator delimitador do projeto de educação ambiental a ser implantado e será aferido tendo por base a disponibilidade de recursos (humanos, logísticos e orçamentários) para a execução das medidas de intervenção necessárias ao restabelecimento das condições socioambientais mínimas na comunidade.

Além da conquista de resultados práticos, derivados da intervenção no ambiente degradado ou poluído, bem como na manutenção desse estado ao longo do tempo, o projeto de educação ambiental se consolidará e terá seus efeitos quando for compreendido pela comunidade e quando for visto como essencial para a resolução ou minimização dos problemas ambientais.

Respeitando os filtros da vulnerabilidade socioambiental e exeqüibilidade é possível trabalhar a melhoria da qualidade de vida de determinada comunidade, respeitando a natureza, garantindo a eficiência econômica e promovendo a Justiça Social de forma simultânea.